PASSAGEM SECRETA Agradecimentos à equipe & elenco

Pessoal, gostaria de agradecer à 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes (Universo Produção) e a todas as pessoas que assistiram ao nosso filme PASSAGEM SECRETA nesse fim de semana. O filme foi exibido de forma online e gratuita, inclusive para espectadores que estavam em outros países, e tivemos um retorno incrível de reações ao filme.

PASSAGEM SECRETA nasceu há 5 anos, pouco depois de iniciarmos uma nova linha de produções na Kinopus Audiovisual – a ideia era criar também filmes e séries voltados ao público infantil. O primeiro projeto foi a série documental BRINCANDO COM A CIÊNCIA, exibida pela TV Cultura e TV Brasil em 2017. Em seguida fizemos a série SUPER FAMÍLIA, exibida pela TV Cultura em 2019. E então no 2º semestre de 2018 demos início à produção do longa PASSAGEM SECRETA.

A idealização do projeto e o roteiro é da Roberta Takamatsu. A história mostra o percurso de Alice, uma jovem garota em busca da sua identidade. A trama é repleta de situações divertidas, tão comuns em filmes a que assistíamos nos anos 1980 e 1990. A ideia era criar uma lógica narrativa de desenho animado, com destaque para a fantasia e o aspecto lúdico das personagens.

Queria agradecer inicialmente, portanto, à Roberta, por ter criado essa história tão fascinante, a partir de um roteiro que na verdade era muito complexo. Nos últimos anos passei a dirigir a partir de roteiros que eu não havia escrito: e devo confessar que trabalhar assim exigiu muito mais de mim como diretor, já que primeiro precisaria compreender e me relacionar afetivamente com a dramaturgia que estava sendo proposta pelo roteiro. E Roberta soube criar personagens e situações muito mágicas, como o primeiro encontro de Alice com seu avô na cabine de cinema, uma das minhas cenas favoritas.

Outro ponto do filme criado pela Roberta, e que me fascina, é justamente o Caligari Park. E aqui devo incluir o meu agradecimento especial ao nosso produtor Guilherme Peraro, que como sempre conseguiu conduzir a logística do filme de forma impecável. PASSAGEM SECRETA nos trouxe uma série de desafios: era uma produção de baixo orçamento, de época (nos pautamos pelos anos 1990, com resquícios dos 1980), que exigiria a criação de um parque de diversões com cenas compostas por dezenas de figurantes, uma série de cenários a serem criados, filmagens com crianças, filmagens noturnas – filmagens com crianças à noite e com dezenas de figurantes.. E ao lado dos diretores de produção Carlos Fofaun Fortes e Jackeline Seglin, Peraro nos deu as condições de realizar o filme com total liberdade.

Aqui entra o espaço da memória afetiva: para mim fazer um filme é um trabalho mágico mas, sobretudo, uma aventura entre amigos. Preciso gostar das pessoas que estão ao nosso lado no set. Nesse sentido, não se trata de algo apenas profissional – é algo extremamente íntimo mesmo. Estamos ali unidos por um sentimento único, pois estamos caminhando rumo a um terreno desconhecido, onde nunca ninguém esteve! (pelo menos daquela forma singular que foi proposta a aventura). E uma das coisas mais prazerosas nesse sentido é a preparação para as filmagens: tanto as viagens de carro com o Fofaun em busca das locações, e também as semanas no barracão que viria a ser o nosso estúdio para as cenas debaixo do Caligari Park. Todo esse momento “antes do filme” é sempre marcado por uma emoção genuína, que dificilmente se repete. Por isso um agradecimento efusivo à nossa equipe de produção, que inclui pessoas tão talentosas como o produtor de arte Bruno Marconato, a produtora de set Juliana Boligian, a nossa secretária de produção Rafaela Pifer (que está com a gente no dia-a-dia da produtora há 4 anos), ao estagiário Mateus Reginato, e aos assistentes Gustavo Bergamaschi, Juliana Pereira, Vitor Inacio Paiva (Maçarico), Yashiro Imazu e Duzão (que figura!).

Os ensaios para o PASSAGEM SECRETA se iniciaram em dezembro de 2018, logo após a estreia dos curtas e das peças produzidos no primeiro ano do Dramátika, o Núcleo de CineDramaturgia da Kinopus. No elenco estavam Luiza Quinteiro (Alice) e João Guilherme Ota (Vico), que haviam atuado no SUPER FAMÍLIA, e Sofia Cornwell (Sófis), que estreara no curta PEQUENOS DELITOS. Seria a primeira vez que trabalharíamos com o Tiago Daniel (Orelha). Dirigir crianças é lidar com uma energia incrível, mas que precisa ser reorganizada, pois corremos o risco de criar algo apenas espontâneo ou vibrante por si só. O que mais me fascina nesse sentido é que crianças de 11, 12, 13 anos ainda estão no limite de observar o mundo com uma certa dose de inocência, o que imprime em suas atuações um tom fantástico que não pode ser pré-concebido: o que você pode fazer enquanto diretor é apenas identificar que sim, estamos em um ponto bom para a cena. Dessa forma, agradeço imensamente a essas quatro crianças que deram vida e encanto ao nosso filme.

No elenco adulto também temos atores como Arrigo Barnabé e Fernando Alves Pinto. O Arrigo já traz em si um universo infinito: ele é pensamento puro, sempre em fuga, uma explosão que se aproxima de forma sutil e elegante. Já o Nando era o que passei a chamar no set de “brinquedinho assassino”, uma energia constante que ao mesmo tempo seduzia e nos levava para os recantos mais sombrios. É um ator nato, daqueles que consegue desenvolver todo um universo particular a partir de elementos mínimos.

O elenco secundário também foi muito precioso: contamos com parceiros antigos como Letícia Conde (Lipa), Johnny Garcia, Andrea Finck, José Belaque, Rogério Ivano, Rodrigo Guedes, Luiz Cláudio Castelo Branco e Dora Pires, que já haviam trabalhado em projetos anteriores, e também novos parceiros: Sandra Parra (Laura), Luli Rodrigues (Ana), Felipe Rost (Lucão), Nádia Quinteiro (Raquel), Rafael Losso (Radialista), Amadeu Bressan Jr. (bedel), Gustavo Bertin (pipoqueiro) e Stella Rea Barnabé (Espírito do Caligari Park). Fico feliz em ressaltar que esse elenco é praticamente todo de Londrina: temos uma tradição local ligada às artes cênicas desde os anos 1950, época dos primeiros grupos de teatro, e ao final dos anos 1960, quando foi criado o Filo.

Criar imagens é sempre um desafio. Agora: criar imagens de forma coletiva e colaborativa é algo bem mais complexo. Mas se você tem alguém apaixonado pelo set e pela arte de fazer filmes, o seu trabalho já é extremamente facilitado. Dessa forma, gostaria de agradecer imensamente ao nosso Diretor de Fotografia Carlos Ebert, parceiro já de 15 anos, que esteve com a gente na TRILOGIA DO ESQUECIMENTO, no SUPER, no PEQUENOS, e que agora nos oferece todo o seu conhecimento na concepção visual do PASSAGEM. Algumas cenas como a sequência da Alice dentro da cápsula, ou a travessia do túnel no subsolo, foram criadas sobretudo a partir dessa plástica visual que o Ebert consegue imprimir de forma única. Na cena em que Sofia se vê como uma foca assustadora, por exemplo, utilizamos um efeito do cinema mudo: o Schüfftan process, criado pelo alemão Eugen Schüfftan e aplicado em clássicos como Metrópolis. Ebert teve também a sorte de contar com dois cinegrafistas que são excelentes diretores de fotografia e parceiros de um bom tempo já: os nossos amigos Anderson Craveiro e Guilherme Gerais. Sem essa sensibilidade na câmera, não teríamos também momentos tão singulares no nosso filme. Estendo também os nossos agradecimentos ao lendário gaffer Carioca (um set sem Ricardo Costa Barros não tem cara de set), aos assistentes de fotografia Guilherme Garcia Mortean e Ricardo Rubio, ao sempre habilidoso Manoel Coimbra (steady cam), ao bem humorado Thom Kuchta (assistente de gaffer), à criadora de fotos alucinantes Lírica Aragão, ao controlador do drone Leo Tanabe, e ao nosso homen dos bastidores, responsável pelo making of – Arthur Ribeiro, o Tui.

Outro desafio do PASSAGEM SECRETA era a criação de cenários no subsolo do Caligari Park. E quem topou encarar esse desafio, mesmo com pouco tempo, e poucos recursos, foi o jovem diretor de arte Julio Vida, arquiteto e cenógrafo que havia iniciado seu trabalho com audiovisual no SUPER. Julio teve ao seu lado um parceiro dos sonhos, que é o cenotécnico Luiz Rossi Jr., uma espécie de multiartista que consegue resolver qualquer problema que você apresentar no set. Os cenários trazem algo especial ao filme, um visual a la anos 1980, época em que os efeitos visuais mais modernos ainda estavam se iniciando, atuando como um complemento ao filme, e não como o seu eixo central. Julio também contou com a colaboração das ótimas maquiadoras e cabeleireiras Ec Make Up e Naraya Ferreira Pontes, e da figurinista Thais Blanco, que criou alguns figurinos pelos quais sou apaixonado: queria muito ter, por exemplo, as camisas com estampa do Clara Crocodilo, do Killing Chainsaw, do filme Bang Bang (de Andrea Tonacci), do Buster Keaton e do Zé do Caixão. Aqui também precisamos mencionar o incrível trabalho gráfico criado por Arthur Duarte, Aninha e Leo do Lasca Studio – eles criaram o lettering do filme, os créditos iniciais e finais, além dos dois cartazes que são encantadores. Na equipe de Arte, talvez a maior do filme, também queria agradecer aos assistentes Augusto Fernandes, Gabriela Ueno, Renan Merlin e Suellen Estanislau Cerino, às assistentes de figurino Adriana Lepri, Luísa Nogari e Milena Gomes, aos estagiários Fernando Zuin e Vitor Moraes, ao Anselmer Anjos (que fez a fantasia da Foca), e ao pintor Manoel Cavalcante De Souza Neto, responsável pela criação do painel de entrada do Caligari Park, e pelo mural no quarto da Sófis. Seu Manoel era o responsável pela pintura dos painéis que anunciavam os filmes no Ouro Verde e no Vila Rica nos anos 1980 – contar com esse traço no filme foi algo contagiante!

Um dos aspectos do PASSAGEM que mais me deixa feliz é a sua sonoridade. Desde o roteiro, a Roberta já havia destacado a importância que o som teria no filme, principalmente pela forma como o avô iria se aproximar da mente da Alice. O som direto foi captado pelo beatnik Bruno Bergamo, ao lado dos comparsas Eduardo Lopes Touché e Giovani Nori, um trio que está sempre concentrado ao máximo e se divertindo ao extremo (algo raro e admirável). A pós-produção foi feita novamente pelo Overdub, a partir da sintonia de outro trio: Felipy Andrade, Otavio Santos e Caio Henrique Freitas. Nunca um filme nosso tinha exigido tanto trabalho de Pós, e o que eles fizeram na criação de efeitos, foley, dublagens e mixagem foi algo fabuloso, fora de série!

Ainda no aspecto sonoro temos a música do filme: a trilha composta por mais de 60 músicas por uma das mais mentes mais criativas que conheço: Rodrigo Guedes. Sou admirador confesso da sua música há muito tempo, desde o final dos anos 1990, quando me mudei pra Londrina. E já somos parceiros em 3 longas, 3 séries, 3 curtas… Enfim: o Guedes conseguiu criar uma densidade musical que reforça a fantasia do filme e ainda nos oferece outras camadas, sentimentos que ampliam o poder da imagem. Que venha logo o LP com a trilha, !!

Por último, mas não menos importante, queria agradecer aos meus colaboradores mais próximos da equipe de direção na pré, na filmagem, e na pós. Inicialmente destaco o trio de assistentes de direção: Roberta Takamatsu, Raquel M. Deliberador e Satilla Castro – as três foram incríveis.. nos ensaios, nas filmagens, na relação com o elenco, na continuidade, na produção das ODs (Ordem do Dia). É uma equipe na qual confio plenamente e à qual serei imensamente grato. Destaco também aqui o Victor Hugo Santos, nosso assistente de continuidade. Na montagem, tivemos o jovem (mas já veterano) João Vitor Moreno, um cinéfilo calmo, tranquilo, e extremamente ponderado, sempre disposto a reorganizar a estrutura do filme de uma nova forma. Sem o João Vitor não teríamos criado essa articulação de imagens, sons, tempo e espaços de uma forma tão fluída. Na Pós de Imagem, tivemos dois grandes parceiros: o Diego Moreira, que fez os efeitos especiais, um londrinense super inventivo, e o Bruno Baltarejo, outro jovem já veterano (devido ao grande conhecimento), que fez o Color e também produziu as cópias finais em 4K em diversos formatos. E ainda contamos com as versões com acessibilidade (libras, áudio descrição, closed caption) produzidas pela NT Vídeo.

Peço desculpas pelo texto longo, mas queria mesmo agradecer a todas as pessoas que contribuíram de alguma forma ao nosso filme. O projeto criou 105 empregos e 225 empregos indiretos, foi realizado ao longo de 5 anos, e estreou agora podendo ser visto por qualquer pessoa de qualquer lugar do planeta – esse é o lado positivo do streaming. Sei que devo ter esquecido alguns nomes preciosos que participaram da realização do filme, e desde já peço desculpas.

Reforço aqui também o nosso agradecimento às mães e aos pais dos atores infantis, que sempre foram muito compreensivos com as singularidades de um set de cinema. A Nádia, inclusive, chegou a atuar, contracenando com a própria filha! A Marli (mãe do Tiago) e a Thaty (mão do João Guilherme) também atuaram na cena final! E a Maíra (mãe da Sofia) sempre apoiou os estudos e trabalho da filha como atriz.

Por último (juro que agora é por último mesmo!!), queria relembrar a dedicatória do filme no início dos créditos finais. Ao longo da produção duas figuras especiais nos deixaram: o pai da Roberta, o querido Francisco Takamatsu, e o meu pai, que faleceu justamente no dia seguinte após o término das filmagens no dia 1º de março de 2019. De forma muito singela e carinhosa, gostaria de expressar esse amor imenso que Roberta e eu sentimos por essas duas figuras inspiradoras, e também revelar que toda essa energia onírica que empregamos no filme herdamos de vocês. Vida longa, portanto, ao nosso PASSAGEM SECRETA. Um filme pode ter a dimensão de um sonho, e sonhar é também uma forma de resistir/re-existir.

Rodrigo Grota

Longa-metragem Passagem Secreta estreia dia 23 na Mostra de Tiradentes

O longa-metragem “Passagem Secreta” (2021, fic, 95 min, DCP/4K), uma produção da Kinopus voltada ao público infanto-juvenil, foi selecionado para a 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que será realizada de 22 a 30 de janeiro de forma totalmente online e gratuita. O filme, produzido por Guilherme Peraro e dirigido por Rodrigo Grota, poderá ser visto nos dias 23, 24 e 30 de janeiro por meio da plataforma de streaming do site oficial da Mostra: www.mostratiradentes.com.br. O filme conta com elenco principal composto por Luiza Quinteiro, Sofia Cornwell, Tiago Daniel, João Guilherme Ota, Arrigo Barnabé e Fernando Alves Pinto. “Passagem Secreta” é o terceiro longa produzido pela Kinopus, que já havia lançado no circuito os longas “Isto (não) é um Assalto” (2018) e “Leste Oeste” (2019).

Roteiro e produção
Escrito pela roteirista Roberta Takamatsu em 2016, o filme foi aprovado no Edital BO (Baixo Orçamento) Infantil do extinto Ministério da Cultura (Minc) em 2017. Trata-se do terceiro projeto infantil da roteirista: ela já havia idealizado as séries “Brincando com a Ciência” (2017) e escrito a série “Super Família” (2019), ambas exibidas pela TV Cultura em rede nacional. Atualmente Roberta se dedica à escrita de uma nova série infantil: “Turma da Ala 23”. Rodado entre janeiro e fevereiro de 2019, em Londrina, “Passagem Secreta” mescla gêneros como aventura, suspense e sci-fi com o objetivo de criar um universo de fantasia para o público infanto-juvenil: “O ponto de partida do roteiro era recriar o clima lúdico e mágico de algumas produções dos anos 1980, que mesclavam rituais de passagem a visuais sombrios e misteriosos”, revela a roteirista.

Para Guilherme Peraro, a seleção em Tiradentes reforça a qualidade da recente produção audiovisual em Londrina e no Paraná: “Serão exibidos 114 filmes de 19 estados. O cinema paranaense está representado com 8 filmes: 3 longas e 5 curtas, o que é algo inédito para o Audiovisual do Estado, e também algo que deve ser celebrado, já que Tiradentes é a Mostra que mais dá espaço ao cinema brasileiro de invenção”. Peraro ressalta também a importância da produção do ponto de vista sócio-econômico, já que “o filme foi responsável pela criação de 105 empregos diretos e 225 empregos indiretos, uma valiosa contribuição para a economia criativa de Londrina e região”, afirma o presidente do APL (Arranjo Produtivo Local) de Londrina. Para as filmagens, a Kinopus contou com apoio do NPD, Núcleo de Produção Digital administrado pela Prefeitura e pelo Sesi Londrina: alguns equipamentos foram utilizados no set marcando o início da atuação do NPD na cidade.

O universo do filme
O filme acompanha a trajetória de uma jovem de 13 anos, Alice – ela é obrigada a se mudar sozinha para uma pequena cidade, onde encontra um novo grupo de amigos. Ao invadir um parque de diversões para resgatar um dos seus colegas, Alice descobre segredos sobre a sua identidade e precisa fazer escolhas. “O filme é uma espécie de fábula gótica brasileira e também universal que mescla uma narrativa realista a conflitos internos de teor fantástico”, analisa Rodrigo Grota, que já havia participado da Mostra de Cinema de Tiradentes com 4 curtas: “Booker Pittman” em 2009, “Haruo Ohara” em 2011, “Jardim Tókio” em 2014, e “Pequenos Delitos” em 2020. Um dos principais destaques do filme, segundo Grota, é o elenco infantil: “Tivemos uma experiência ótima com atores infantis em 2017 na série Super Família. No caso do Passagem, conseguimos ir além, aprofundando alguns aspectos das personagens interpretadas pelas crianças”. Londrina, que já é uma cidade reconhecida por contar com atrizes e atores excelentes, tem também cada vez mais ótimos intérpretes nessa faixa etária entre 12 e 14 anos: “Como exemplo dessa nova geração, citamos a atriz Luiza Quinteiro, de 15 anos: ela começou com a gente no Super Família, fez o curta Pequenos Delitos, e agora é a nossa Alice no Passagem Secreta”.  

O diretor do filme explica que para criar a jornada interna de Alice em busca de si mesma foi criado um estilo visual expressionista, no qual predominam as formas distorcidas e as cores de alto contraste: “O visual do filme foi concebido com o objetivo de criar um universo de fantasia a partir das nossas referências culturais. Um dos principais cenários do filme, o Caligari Park, é um parque de diversões real que foi aberto unicamente para as nossas filmagens. Os figurantes que frequentaram o Caligari Park no filme eram também moradores locais que queriam se divertir no parque. Com esse procedimento estético e logístico, tentamos inserir no filme uma verdade local: cores e rostos que realmente pertencem à ambiência de uma pequena cidade no interior do Brasil”. Com cerca de 200 figurantes, as sequências no parque de diversões foram rodadas ao longo de uma semana. O filme conta com direção de fotografia do experiente Carlos Ebert (“O Bandido da Luz Vermelha, Trilogia do Esquecimento), direção de arte de Julio Vida e figurinos de Thais Blanco. Os efeitos especiais ficaram a cargo do londrinense Diego Moreira, que atualmente trabalha no setor de efeitos visuais da Netflix no Brasil. A pós produção de imagem foi realizada pelo colorista Bruno Baltarejo. “Nas cenas de caráter fantástico, especialmente na sequência final que se passa no núcleo abaixo do Caligari Park, optamos pela criação de cenários originais que pudessem também investigar como seria um imaginário brasileiro para um universo nacional de ficção científica”, descreve Grota.

A trilha sonora criada para o filme é do músico Rodrigo Guedes, compositor e líder das bandas Grenade e Killing Chainsaw, e que há 8 anos mantém uma parceria artística com o diretor Rodrigo Grota: “A música criada pelo Guedes potencializa o universo sci-fi, e também insere uma série de comentários sonoros que reforçam o clima de humor e aventura”, avalia o diretor. A montagem realizada por João Vitor Moreno foi pensada de uma forma a não subestimar a inteligência do público infanto-juvenil, antecipando conflitos e situações que ficam mais claras no decorrer do filme.

Para produzir “Passagem Secreta”, a Kinopus alugou um barracão por 3 meses no quais foram construídos variados cenários do filme: “Essa produção mostrou mais uma vez que é possível produzir Cinema de qualidade em Londrina: temos uma série de profissionais talentosos que integraram a nossa equipe e que residem na cidade, o que só justifica ainda mais a continuidade de investimentos no setor audiovisual”, afirma Peraro, que contou com Carlos Fofaun e Jackeline Seglin, como diretores de produção; Rafaela Pifer, como secretária de produção, Bruno Marconato, como produtor de arte, Juliana Boligiani como produtora de set, Ricardo Costa Barros, como gaffer, e Luiz Rossi, como cenotécnico.

A pós produção de som foi realizada por Felipy Andrade, Otavio Santos, e Caio Henrique Freitas, do estúdio Overdub, que é parceiro da Kinopus há 7 anos: “A qualidade dos efeitos sonoros, foley e dublagem criados para o filme insere Londrina também como uma referência na região nesse setor”, explica Peraro, relembrando que o filme foi produzido e finalizado em 4K, e com mixagem para salas de cinema em 5.1. O som direto foi captado por Bruno Bergamo, que colabora com a Kinopus há 8 anos. Outro aspecto que se destaca no filme é o projeto gráfico criado pelo Lasca Studio: eles foram responsáveis pela criação do lettering do filme, dos cartazes, e dos créditos iniciais e finais.

Após a estreia em Tiradentes, o longa-metragem “Passagem Secreta” deve ser exibido em outros festivais e em seguida estrear no circuito de salas de cinema. No momento, a Kinopus espera pelo fim da pandemia para retomar as filmagens da série “Cientistas Brasileiros”, e iniciar as filmagens do longa experimental “O Homem Crocodilo”, um passeio pelo inconsciente estético na obra do músico Arrigo Barnabé.  

Equipe do filme PASSAGEM SECRETA
Direção: Rodrigo Grota
Roteiro: Roberta Takamatsu
Produção Executiva: Guilherme Peraro
Elenco: Luiza Quinteiro (Alice), Sofia Cornwell (Sófis), Tiago Daniel (Hugo/Orelha), João Guilherme Ota (Vico), Arrigo Barnabé (Rui), Fernando Alves Pinto (Heitor), Sandra Parra (Laura), Nádia Quinteiro (Raquel), Letícia Conde (Lipa), Luana Rodrigues (Ana), Felipe Rost (Lucão), Stella Rea Barnabé (Espírito do Caligari Park), Rafael Losso (Radialista) e Rodrigo Guedes (Murilo)
Direção de Fotografia: Carlos Ebert, ABC
Direção de Arte: Julio Vida
Figurinos: Thais Blanco
Trilha Sonora: Rodrigo Guedes
Montagem: João Vítor Moreno
Colorista: Bruno Baltarejo
Cabelo & Maquiagem: Evi Chaiben & Naraya Pontes
Direção de Produção: Carlos Fofaun Fortes & Jackeline Seglin
Secretária de Produção: Rafaela Pifer
Produtora de Set: Juliana Boligian
Produção de Arte: Bruno Marconato
Pós-Produção de Som: Caio Henrique Freitas, Felipy Andrade & Otávio Santos
Operadores de Câmera: Anderson Craveiro & Guilherme Gerais
Steady Cam: Manoel Coimbra
Drone: Leo Tanabe
Gaffer: Ricardo Costa Barros (Carioca)
Cenotécnico: Luiz Rossi
Técnico de Som Direto: Bruno Bergamo
Assistentes de Direção: Roberta Takamatsu (1ª AD), Raquel Deliberador (2ª AD) e Satilla Castro (3ª AD)
Continuísta: Raquel Deliberador
1º Assistente de Fotografia: Guilherme Garcia Mortean
2º Assistente de Fotografia: Ricardo Rubio
Fotos Still: Lírica Aragão
Making of: Arthur Ribeiro
Assistentes de Arte: Augusto Fernandes, Gabriela Ueno, Renan Merlin e Suellen Estanislau Cerino
Assistentes de Som Direto: Eduardo Lopes Touché e Giovani Nori
Assistentes de Produção: Juliana Pereira, Vitor Inácio Paiva (Maçarico) e Yashiro Imazu
Assistentes de Figurino: Adriana Lepri, Luisa Nogari e Milena Gomes
Assistente de Continuidade: Victor Hugo Santos
Assistente de Gaffer: Thom Kuchta
Estagiários de Arte: Fernando Zuin e Vítor Moraes
Estagiário de Produção: Mateus Reginato
Pós-Produção de Imagem (Color & DCP): Bruno Baltarejo
Efeitos Especiais: Diego Moreira
Produção: Kinopus